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Inauguradas mais duas Casas da Pimenta Baniwa, com presença de Alex Atala e Bela Gil

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Produção da pimenta baniwa deverá dobrar e precisará expandir sua rede de pontos de uso e venda. Neste ano, está prevista a implantação de mais duas Casas da Pimenta da rede localizada na Terra Indígena Alto Rio Negro, no noroeste do Amazonas
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Na Semana do Índio que passou, a Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi) inaugurou mais duas Casas da Pimenta: uma localizada na Escola Pamaáli, no Rio Içana, 300 km a noroeste do município de São Gabriel da Cachoeira, e outra na comunidade Yamado, na margem direita do Rio Negro, defronte à cidade, ambas dentro da Terra Indígena (TI) Alto Rio Negro, no noroeste do Amazonas, na fronteira com a Colômbia.

Os chefs de cozinha Felipe Schaedler, de Manaus, Alex Atala, do Instituto ATÁ, e Bela Gil participaram dos eventos em comemoração às inaugurações. No dia 15/5, na gravação de seu programa de culinária Bela Cozinha, no canal GNT, Bela Gil vai preparar um cardápio amazonense e usará a pimenta baniwa. Atala participará do programa, que vai ao ar em setembro.

As Casas da Pimenta são espaços de produção, envaze e armazenamento da tradicional pimenta Jiquitaia, uma “farinha” de pimentas com sal que carrega uma diversidade enorme de variedades presente nas roças das mulheres baniwa.

Agora, a rede de Casas da Pimenta idealizada pela Oibi e apoiada por várias instituições e pessoas do mundo da gastronomia (saiba mais aqui e aqui) soma quatro unidades, distribuídas nos territórios dos Baniwa, no Rio Içana, afluente do Rio Negro, na TI Alto Rio Negro. Apoiado pelo ISA, o projeto já tem mais de cinco anos.

Os Baniwa organizam-se em fratrias e clãs. A Casa da Pimenta Dzooroo, primeira a ser inaugurada, está em Tunuí Cachoeira, território tradicional da fratria Dzawinai (“tribo onça”); a Casa da Pimenta Manowadzaro, inaugurada, no ano passado, está em Ucuqui Cachoeira, território tradicional da fratria Hoohodene (tribo inambu, “filhos do sol”); a Casa da Pimenta Pamáali e a Casa da Pimenta Tsitisiadoa, inauguradas agora, estão em território Walipere Dakenai (tribo siuci, “neto das plêiades”) e na periferia da cidade de São Gabriel da Cachoeira, na comunidade de Yamado.

Em 2014, a produção das casas alcançou mais de 4,2 mil potinhos de 35 ml de pimenta. Foram comercializadas cerca de 3,6 mil unidades por uma rede de 30 postos de venda (saiba mais). Na avaliação do presidente da Oibi, André Fernando, a produção deverá dobrar com essas novas casas e o projeto precisará expandir sua rede de pontos de uso e venda.

Nessa primeira etapa do projeto, está prevista a implantação, ainda neste ano, de mais duas Casas da Pimenta, nas comunidades de Canadá, no Rio Aiari, e de Coraci, no Alto Rio Içana. A rede de casas será base para o processamento de outros produtos agroflorestais dos Baniwa destinados à comercialização.

Eventos de inauguração

Com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), a Oibi e o ISA organizaram dois eventos para marcar a inauguração das duas novas casas. Na Escola Pamaáli, alguns anciãos das comunidades de Urumutum Lago e Trindade fizeram um resumo cultural no qual explicaram, em baniwa, a importância da pimenta na mitologia e no ritual de iniciação dos jovens. Camuflada por folhas de bacabeira, a Casa da Pimenta foi descoberta, logo depois que uma jovem e alguns jovens foram "iniciados", numa narrativa para rememorar resumidamente a tradição (veja vídeo acima).

Na comunidade Yamado, a festa incluiu a degustação de uma refeição tradicional baniwa – peixe, farinhas, vinhos de frutas e muita pimenta – e contou com a Banda Indígena, um projeto social para jovens apoiado pela Terceira Brigada de Infantaria de Selva.

As inaugurações dos dois espaços contaram com a presença de uma comitiva de visitantes e apoiadores organizada pelo ISA, entre eles Atala e Bela Gil. Eles participaram de conversas sobre melhorias tecnológicas dos equipamentos nas Casas da Pimenta durante a viagem ao Rio Içana.

Beto Ricardo
ISA
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