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Comunidades quilombolas do Vale do Ribeira são premiadas pela Embrapa, Iphan e BNDES

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O sistema tradicional agrícola quilombola do Vale do Ribeira foi um dos cinco sistemas agrícolas que receberam o prêmio por valorizar boas práticas de salvaguarda e conservação da agrobiodiversidade

As 200 variedades agrícolas e medicinais catalogadas e todo o manejo das roças de 19 comunidades da região do Vale do Ribeira, em São Paulo, foram reconhecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em cerimônia, na tarde desta segunda (18/6), na sede da instituição em Brasília.

“Um prêmio como este ajuda a criar valor pro nosso conhecimento. Os jovens da comunidade começam a perceber e valorizar as roças. Como a gente vai sobreviver sem o nosso feijão, arroz, milho e a mandioca, que nós temos o costume de fazer de um jeito, do nosso jeito? É o nosso sistema”, disse Judith Dias, do Quilombo São Pedro



A Embrapa premiou cinco sistemas de produção no País que fossem exemplos de convivência com a terra, amostras da genuína cultura do campo em que natureza e comunidades se misturam e se confundem num jeito de viver especial. A Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro, de Eldorado (SP) ficou em terceiro lugar e recebeu R$70 mil reais em nome de 19 comunidades quilombolas.

Segundo o presidente da comissão julgadora, o pesquisador da Embrapa João Roberto Correia, da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), o prêmio é uma oportunidade de mostrar a diversidade de modos de vida, ritos e culturas de povos indígenas e de comunidades tradicionais. “Os sistemas agrícolas desses grupos precisam ser valorizados, porque estão vinculados à dinâmica econômica de várias regiões do País”, disse. “Os saberes ancestrais são um patrimônio que deve ser reconhecido e divulgado, porque carregam a essência das tradições locais que, ao longo de gerações, vão se adaptando às novas realidades e guardam uma riqueza de conhecimentos que permitem enfrentar os desafios colocados pelas mudanças do clima”.

Benedita Rocha, do quilombo Maria Rosa (SP), presente à premiação disse estar feliz e emocionada.“Nós sentimos que estamos conquistando o nosso espaço. Me senti valorizada”. E contou que o dinheiro tem destino certo. "Será usado na realização de uma feira de troca de sementes nos dias 17 e 18 de agosto, em Eldorado e num mutirão completo de plantio e colheita, terminando com uma grande festa, é claro”. A primeira colocada foi a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR), do Lago do Junco (MA); em segundo lugar, ficou a Associação dos Produtores Rurais de Vereda, de Matias Cardoso (MG). No quatro lugar ficou a Associação Comunitária Rural de Imbituba (SC)e em quinto, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (BA).

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