Você está na versão anterior do website do ISA

Atenção

Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.

Justiça entrega mandado de reintegração de posse de canteiro de Belo Monte

Esta notícia está associada ao Programa: 
Na manhã desta quinta-feira (9/5), lideranças munduruku receberam o mandado que determina a reintegração de posse do canteiro de obras de Belo Monte ocupado desde o dia 2 de maio. O clima é tenso e todos aguardam a chegada da Procuradora do MPF que deverá acompanhar o processo
Versão para impressão

Os índios que ocupam o canteiro de obras de Belo Monte, em Vitória do Xingu, a 50 km de Altamira, no Pará, receberam nesta manhã o mandado de reintegração de posse das mãos de oficiais de Justiça. A decisão do TRF1 menciona que a reintegração pode ser feita com uso de força policial.

Também nesta quinta-feira, o MPF-PA divulgou nota em seu site em que afirma ter sido surpreendido pela ordem de despejo, já que as negociações entre as partes estavam em curso.“A Polícia Federal de Altamira se prepara para cumpri-la [a reintegração de posse] ainda hoje, mas a decisão pegou de surpresa os indígenas, o MPF e a Fundação Nacional do Índio, já que representantes do governo haviam estado no canteiro ontem negociando com os acampados”, diz a nota. Além disso, o MPF expressa precoupação no último parágrafo: "O MPF também está preocupado com a condução da operação de reintegração de posse, já que a chefe da PF em Altamira, responsável pelo relatório feito à Justiça, é casada com o advogado da Norte Energia S.A Felipe Callegaro Pereira Fortes, autor do pedido de reintegração de posse. No agravo feito ao TRF1, o advogado chega a citar o relatório da PF, assinado pela sua esposa." Leia a nota na íntegra.

Na terça-feira (7/5), por volta das 9h da manhã, Nilton Tubino, representante da Secretaria Geral da Presidência da República, esteve no canteiro de obras e entregou às lideranças uma carta assinada pelo ministro Gilberto Carvalho, com a primeira proposta de negociação para a desocupação.

A carta do governo veio em resposta ao documento protocolado no Ministério Público Federal de Altamira pelos índios um dia antes (6/5), no qual pediam a suspensão das obras da hidrelétrica de Belo Monte e dos estudos relacionados às barragens nos rios Tapajós e Teles Pires até que seja regulamentada a consulta aos povos destas regiões. A carta de Carvalho veio endereçada apenas às lideranças Munduruku e não considera o pedido de consulta prévia sobre as ações que afetem o Rio Xingu.

Depois de entregar o documento, Tubino aguardou a resposta na portaria do canteiro de obras. No fim da tarde, os indígenas foram ao seu encontro entoando cânticos Munduruku e uma criança lhe entregou carta endereçada ao ministro Gilberto Carvalho. No texto, os indígenas comunicavam que estavam abertos ao diálogo e iriam analisar a proposta em conjunto com os advogados para então responder.

Twittaço pediu presença de Gilberto Carvalho em Belo Monte

A hashtag #VaiLáGilberto começou a ser tuitada a partir das 15h e permaneceu entre os cinco temas mais discutidos na rede até o início da noite no Brasil e entre os 10 assuntos no twitter em todo o mundo.

O pedido para que o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, fosse até a hidrelétrica de Belo Monte negociar com os indígenas chegou ao Topic Trends (TTs) do twitter durante a tarde desta quarta-feira, 8 de abril.

Depois que a carta foi entregue, Jairo Saw Munduruku, porta-voz do cacique geral do povo Munduruku, agradeceu a mobilização da sociedade no Twittaço. Veja o vídeo.

)

Com informações de Leticia Leite, de Vitória do Xingu
ISA
Imagens: 

Comentários

O Instituto Socioambiental (ISA) estimula o debate e a troca de ideias. Os comentários aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião desta instituição. Mensagens consideradas ofensivas serão retiradas.