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Sangue dos Yanomami volta ao Brasil após mais de 40 anos

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Amostras que estavam nos Estados Unidos serão devolvidas em celebração nesta sexta-feira, 3 de abril, na aldeia Piaú/AM, com a presença de autoridades do Ministério Público Federal, Itamaraty e Funai
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A Hutukara Associação Yanomami (HAY) está organizando a devolução do sangue que foi coletado nos anos 1960 e 1970 por pesquisadores americanos e levado para os Estados Unidos sem o consentimento do povo Yanomami. A aldeia escolhida para celebração fica na região do Toototobi, Amazonas, onde se concentra boa parte das pessoas que teve seu sangue coletado. Durante a cerimônia haverá um ritual funerário com as amostras de sangue dos Yanomami que não estão mais vivos.

A devolução do sangue é resultado de anos de luta do líder Davi Kopenawa com o apoio da Comissão Pró-Yanomami, Instituto Socioambiental (ISA), Indian Law Resource Center (organização de advogados indígenas norte-americanos), MPF e Itamaraty.

Davi Kopenawa, presidente da HAY, tomou conhecimento de que as amostras haviam chegado no Brasil, na sexta-feira última, 27 de março, quando esteve com a Dra. Deborah Duprat, procuradora da 6ª Câmara do Ministério Público Federal, em seu gabinete em Brasília. Davi havia solicitado uma audiência com a procuradora para divulgar o mapa “Território e comunidades Yanomami Brasil-Venezuela”, publicação recém-lançada pela Hutukara.

Uma hora antes da audiência, entretanto, a Anvisa entregou as amostras de sangue na sede da Procuradoria Geral da República, onde fica a 6a Câmara. A coincidência das amostras terem chegado quando Davi estava na 6ª Câmara surpreendeu a todos, menos a ele. “São os xapiripë que estão cuidando para que os restos mortais de nossos parentes retornem em segurança para seus familiares e para a sua terra natal. Iremos levá-los o mais rápido possível”, disse.

As comunidades da região do Toototobi estão se preparando para o evento nesta sexta-feira, 3 de abril, e convidaram todos os que contribuíram para que o sangue retornasse aos Yanomami. Até o momento confirmaram presença a Dra. Deborah Duprat, o procurador Gustavo Kenner Alcântara (MPF/RR), Marco Tulio Cabral (Itamaraty) e representantes da Funai.

O ISA está preparando uma matéria especial sobre a saga do sangue Yanomami a ser publicada na próxima semana. Acompanhe!

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