Mesa “Sociobioeconomia Revelada”, no Museu Goeldi, em 09/11, debate o fortalecimento dos sistemas alimentares ancestrais, ameaçados pelas mudanças climáticas e pela falta de políticas públicas
A floresta amazônica como a conhecemos hoje é o resultado das práticas ancestrais de diversos povos que manejam a floresta há pelo menos 12 mil anos, conforme indicam pesquisas arqueológicas do projeto Amazônia Revelada.
E algumas dessas práticas persistem, apontando caminhos para uma economia resiliente e sustentável que, ao mesmo tempo, produz alimentos e protege as florestas, promovendo ativos como a biodiversidade, o cuidado da água e a regulação climática.
A mesa “Sociobioeconomia Revelada - A contribuição das economias de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a formação das paisagens e regulação climática”, acontece durante a COP30, em Belém, e propõe um diálogo entre o passado arqueológico e o presente vivo das economias da sociobiodiversidade - as economias promovidas por povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
A discussão ocorre no dia 09/11, na Estação Amazônia Sempre, no Museu Goeldi, e busca ainda caminhos para ações de fortalecimento que possam levar essas práticas para o futuro, reconhecendo sua importância para a economia e clima, tendo como exemplos ações e experiências desenvolvidas nas regiões do Rio Negro (AM) e Xingu (PA) por organizações dos povos indígenas e beiradeiros.
Entre essas experiências estão projetos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); cadeias de valor relacionadas ao artesanato e turismo; além de políticas públicas de aquisição de alimento, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Essas são ações que fortalecem os modos de vida, as culturas e as economias da sociobiodiversidade, que têm por base os Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs), um conjunto sofisticado de conhecimentos e práticas que promove fartura e cuidado ambiental, nos apontando uma possibilidade de futuro. Apesar de sua importância, esses conhecimentos estão sob constante ameaça, com pressão sobre os territórios, carência de políticas públicas e impacto da mudança climática.
Durante o encontro será lançado o minidocumentário Celebração da Diversidade - Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) (veja mais informações no box).
Na mesa estarão o arqueólogo Eduardo Neves, diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP e professor do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); o diretor-presidente da Rede Terra do Meio (PA), Francisco de Assis Porto de Oliveira; o diretor da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Hélio Lopes, do povo Tukano; e a comunicadora e pesquisadora Marta Gomes, também da Terra do Meio. A mediação é de Jeferson Camarão Straatmann, analista sênior em economias da sociobiodiversidade do Instituto Socioambiental (ISA).
Agenda
Mesa: “Sociobioeconomia Revelada - A contribuição das economias de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a formação das paisagens e regulação climática”
Local: Estação Amazônia Sempre, no Museu Goeldi - Parque Zoobotânico – Auditorium
Endereço: Av. Governador Magalhães Barata, 376 – São Braz, Belém – PA
Data e hora: 09/11, das 17h às 18h
Atenção: para acessar o serviço de tradução simultânea é necessário levar celular/fones de ouvido pessoais.
Participantes:
Francisco de Assis Porto, Diretor-presidente da Rede Terra do Meio
Hélio Lopes, povo Tukano, Diretor da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN)
Marta Gomes, Comunicadora e pesquisadora da Rede Terra do Meio
Eduardo Neves, Arqueólogo do Museu Paraense Emílio Goeldi e Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP
Mediação: Jeferson Camarão Straatmann, Analista sênior em economias da sociobiodiversidade do Instituto Socioambiental - ISA
Minidocumentário narrado por Francy Baniwa celebra diversidade dos Sistemas Agrícolas Tradicionais como solução para a crise climática
Uma imensidão verde recortada por rios talvez seja a imagem mais recorrente quando se retrata a Amazônia. Mas a aproximação do olhar por entre a copa das árvores da floresta vai revelar uma diversidade de cores, alimentos, práticas e modos de vida dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais - o que se repete nos demais biomas do país.
E o que podemos ver e conhecer com a aproximação do olhar é o tema do minidocumentário “Celebração da Diversidade - Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs)”. O filme é narrado pela liderança indígena, mãe, dona da roça e doutora em antropologia, Francy Baniwa, e será exibido pela primeira vez na COP30, em Belém, no dia 9 de novembro, na mesa “Sociobiodiversidade Revelada - A contribuição das economias de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a formação das paisagens e regulação climática”.
As imagens do minidocumentário “Celebração da Diversidade: Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs)” compõem o acervo do Instituto Socioambiental (ISA) e foram captadas a partir de projetos desenvolvidos em parceria com a Rede Terra do Meio; Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN); Associação Terra Indígena Xingu (ATIX) e Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira (Cooperquivale). As filmagens - com exceção do TIX - foram feitas pelo documentarista Fellipe Abreu, especialista em sistemas alimentares. A concepção do projeto é de Jeferson Camarão Straatmann, analista sênior em economias da sociobiodiversidade do ISA, e de Ana Amélia Hamdan, jornalista do ISA.
Ficha Técnica
Narração: Francy Baniwa
Concepção: Jeferson Camarão Straatmann e Ana Amélia Hamdan
Direção: Ana Amélia Hamdan e Fellipe Abreu
Fotografia: Fellipe Abreu
Imagem do TIX: Fábio Nascimento
Roteiro: Luiz Felipe Silva
Edição e finalização: Elder Barbosa
Mixagem e som: Giovanni Reginato
Realização: Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com o Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio)
Agradecimentos: Rede Terra do Meio; Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN); Associação Terra Indígena Xingu (ATIX) e Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira (Cooperquivale).
Apoio: Fundo Amazônia (FAM) e Rainforest (RFN)
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