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Curadoria da beleza e da vida na Amazônia

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Juliana Radler

Yuko Hasegawa, curadora do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, faz imersão no Rio Negro para pensar nova exposição, tendo como inspiração a floresta e os povos indígenas na era do Antropoceno

Um olhar atento e sensível para a floresta amazônica em busca da beleza, seja da natureza ou da cultura dos povos que aí habitam há milênios. Yuko Hasegawa, uma das maiores curadoras de arte do mundo, veio de Tóquio (Japão) para São Gabriel da Cachoeira (AM), no noroeste amazônico, para buscar inspiração para seu novo projeto: montar uma exposição sobre a Amazônia no Antropoceno.

Yuko, acompanhada pelo videomaker e artista Seiha Kurosawa, visitou as comunidades indígenas multiétnicas próximas à cidade de São Gabriel, começando pela Ilha de Duraka (Camanaus), onde conheceu roças e capoeiras da comunidade, sistema que foi reconhecido, na qualidade de Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, como patrimônio cultural do Brasil pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A produção de alimentos de forma local, integrada à floresta e praticada pelos povos indígenas por séculos na região, chamou a atenção da artista, que observou que o cultivo de alimentos naturais, sem agrotóxicos, é um dos maiores desafios da humanidade na contemporaneidade.

“A gente se sente muito valorizado quando uma pessoa vem de tão longe e mostra interesse na nossa cultura e no lugar onde vivemos”, disse Argemiro Teles, do povo Arapaso, que guiou Yuko e Seiha na sua roça. Depois da visita à roça do SATRN, tomar vinho de açaí e comer beiju com quinhampira (peixe cozido com pimenta) torna-se uma imersão na cultura de 23 povos indígenas do Alto Rio Negro que compartilham conhecimentos e práticas de produção sustentável de alimentos na Amazônia.



Cultura-Floresta

Na sequência, Yuko e Seiha também visitaram as comunidades de Curicuriari e de Itacoatiara Mirim, onde conversaram e interagiram com conhecedores, pesquisadores e artistas indígenas, como Higino Tenório Tuyuka, Everaldo Garcia Tukano (Agente Indígena de Manejo Ambiental) e Luiz Laureano Baniwa, da Maloca de Itacoatiara e mestre tocador de flauta japurutu. A interação cultura-floresta e o diálogo entre ciência, arte e meio ambiente foram os focos dessa primeira visita da curadora ao Alto Rio Negro. No início do ano, Yuko esteve também no Parque Nacional de Anavilhanas, quando fez sua primeira imersão na floresta amazônica, guiada pela equipe do Programa Rio Negro, do Instituto Socioambiental (ISA).

Após a visita a São Gabriel entre os dias 18 e 21 de agosto, Yuko e Seiha seguiram para o LAB Verde, uma imersão com artistas e cientistas nas proximidades de Manaus, realizado pela Manifesta Arte e Cultura em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Yuko Hasegawa participa de um programa de residência artística no Brasil promovido pelo Instituto Inclusartiz.

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