Obra de Beto Ricardo, um dos fundadores do ISA, e Ricardo Arnt navega pelas memórias do socioambientalismo no Brasil

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou nesta semana os finalistas da 2ª edição do Prêmio Jabuti Acadêmico em 26 categorias. Na categoria Antropologia, Sociologia, Demografia, Ciência Política e Relações Internacionais está a obra “Uma Enciclopédia nos Trópicos”, de Beto Ricardo, antropólogo e um dos fundadores do Instituto Socioambiental (ISA), e do jornalista e escritor Ricardo Arnt.
Figura central do movimento indigenista, Beto Ricardo foi corresponsável por ações fundamentais na defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil e pela conservação do meio ambiente.
O livro, lançado em 2024 pela Zahar, selo da Cia das Letras, traz parte das histórias do movimento socioambiental no país, contadas a partir das memórias de Beto.
Um dos marcos narrados é a criação do programa Povos Indígenas no Brasil, herança que o ISA recebeu do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI) e que reunia, sistematizava e divulgava informações cruciais sobre os povos indígenas em um período em que o Estado brasileiro insistia em negar sua existência.
O programa criou a Enciclopédia “Pibão”, como ficou conhecida a base de dados pioneira, referência nacional e internacional e alicerce fundamental para o trabalho do ISA.
A obra relembra este e outros marcos históricos de sua atuação, além dos caminhos que levaram à criação do ISA. O livro, que contém 18 capítulos, traz prefácio do escritor e ativista indígena Ailton Krenak e posfácio do jornalista Leão Serva.
A cerimônia de entrega do Prêmio Jabuti será realizada no dia 5 de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo (SP).